Se achávamos que os problemas tinham ficado para trás o café
da manhã mostrou que o dia seria longo. O hotel não se estruturou para atender
todo o pessoal logo cedo e toda sua deficiência de infraestrutura ficou a
mostra. Faltou tudo de talheres, pratos e xicaras até a comida propriamente
dita. Os funcionários não sabem o que fazer e o caos se instala. Mais uma vez
no Peru saímos sem o desayuno correto e pago.
Fomos para a estrada para os 322 km até Cusco, tudo asfalto,
temperatura de 6°C e depois de uma chuva ao amanhecer a pista estava úmida mas
a paisagem era belíssima com as encostas bem aproveitas com seus muros de
pedras e platôs dando uma característica toda particular ao local. Animais na
pista como sempre e vamos progredindo, papo rádio descontraído e o Luis
pergunta ao Chapéu quando ele voltará a
Andahuyalas, que não nos deixou boas lembranças, e a resposta é um sonoro
‘nunca mais”. Pois bem com 58 km rodados uma arvore caída na estrada nos parece
consequência da chuva mas logo a frente
o trânsito para. Vamos averiguar e tem muita gente na pista, pedras em profusão
e as informações contraditórias. Vou até um primeiro grupo e tento me comunicar
e identificar a liderança para saber realmente o que esta acontecendo. Moral da
historia. Os locais estão protestando contra a cobrança de pedágio na estrada e
estão esperando alguém do governo para negociar. Uns dizem que a estrada ficará
fechada o dia todo, outros que daqui a uma hora será liberada. O pessoal do
nosso grupo vai ampliando as informações e com a chegada de três policiais a
situação fica mais clara. Os policiais informam que existem outros bloqueios e
que a alternativa é retornar a Andahuyalas e pegar uma estrada para Huancabamba
e de lá outra pata Tintay de onde acessaríamos a carretera para Abancay já na
nossa rota programada. Sem outra alternativa razoável vamos nós novamente para
a cidade que o Chapéu disse que não voltaria nunca mais.
Pois bem orientações recebidas e navegação equacionada botamos
o comboio para rodar e próximo a Andahuyalas paramos em um Repsol para
abastecer e pipi stop pois não temos muita ideia de como será o dia. A única
certeza é que vamos demorar a chegar em Cusco.
Vamos rodando e os GPS e Maps começam a trabalhar com informações
conflitantes indicando caminhos não confiáveis ou a mandando retornar. Uma
certa confusão quando de chegada a Huancabamba onde procurei informação com um
local que não me passou segurança, de todos o GPS e telefones a única
informação coerente era do Vitor e Paula e quando decidimos avançar uma picape,
que também havia ficado retida no bloqueio, passa por nós e sinaliza para
segui-los. Era o que faltava e lá vai o comboio atrás do peruano.
Pois agora começa uma nova aventura e sua história. Estamos
na “Carretera Huancabamba a Tintay e seu piso de ripio, bem firmado e em
condições razoáveis nos permite o
deslocamento sem maiores sobressaltos. O visual vai ficando cada vez mais belo
com uma vegetação e formações rochosas espetaculares, uma curva e a Laguna
Suytuccocha aparece e impressiona a todos, mais na frente um chuva leve e
pequenas pedras de gelo atingem alguns carros do comboio, nada serio. Mais
adiante um sitio de mineração no estilo bem tradicional, com as bocas das minas
bem identificadas, um acampamento mineiro e já estamos a 4.300 mts de altitude
mais uma vez com o visual da Laguna Pacchacocha. A paisagem continua bela e a
estrada fica muito parecida com a da aventura do dia anterior, com algumas
diferenças significativas. O tráfego era muito reduzido, não passavam carretas,
cruzamos com dois caminhões e algumas vans que faziam o caminho também como
alternativa ao bloqueio na PE3S. Muitas fotos e filmagens depois chegamos a
Tintay e com uma descida íngreme chegamos a carretera asfaltada para prosseguir
a Abancay e Cusco. O comentário geral da turma é que a estrada é maravilhosa e
que valeu muito a pena a termos conhecido. Na minha avaliação é uma estrada que
merece ser conhecida pelos pessoal off road.
No asfalto uma rápida parada no PetroPeru na chegada a
Abancay e vamos enfrente para superar a cidade, sempre uma aventura para o
comboio com 15 carros. Buzinando, dando umas fechadas e eventualmente avançando
um sinal logo saímos da cidade e estamos na reta final para Cusco. Final de
tarde e ainda a possibilidade de belas
imagens com os contrastes do sol contra as montanhas. Estrada em boas condições
vamos avançando, pedágios a 3,90 Soles e logos após cruzar o Rio xxxxxx um
controle policial sinaliza para que eu pare, rapidamente via rádio oriento a
que todo o comboio para atrás e o policial se assusta e pergunta – Todos
amigos? Resposta – Sim. Adelante e tem carro do comboio que nem chega a parar.
Fica bem evidenciado que se o deslocamento em comboio tem alguns inconvenientes
quanto a rapidez no deslocamento e nas paradas no quesito segurança o comboio
supera tudo.
Noite fechada passando pouco das 20:00 horas e depois de
inúmeras ultrapassagens via rádio diurnas e noturna chegamos a Cusco e ao Hotel
José Antônio. Já conheço o hotel e a cidade e tenho certeza por aqui todas as
nossas necessidades serão atendidas.
Rodamos cerca de 450 km e chegamos tarde mas temos a certeza
de que valeu a pena.
Carretera Huancabamba a Tintay
PE3S Bloqueada em Kishuara
Siga o peruano
Que estrada
Laguna Suytuccocha
Mineração
Maravilhosa aventura!
ResponderExcluirEstradas estreitas, bloqueios e então outra alternativa e um belo visual da Laguna.
E as tradicionais cholas-quexuas.
Chegaram em Cusco!
Belas fotos!
Vocês procuram aventura... e conseguiram! Paisagem magnífica, fotos impactantes! Felicidades no reso da viagem. Nancy
ResponderExcluirMesmo quando não querem tanta aventura, ela aparece! Boa viagem!
ResponderExcluirTá tudo incrível!!
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