domingo, 22 de abril de 2018

Desafio Andino Dia 20 de abril de 2018 Huancayo - Andahuyalas


Quando planejei a expedição depositei bastante esperança em que nesse trecho tivéssemos o nosso maior desafio off road, ao utilizar no trecho entre Izcuchaca e Mayoc a rodovia PE 3S que acompanha o rio Mantaro. Pesquisei na internet, olhei mapas e decidi que valia a pena pois é uma ‘carretera’ que liga duas cidades com bastante comércio. Vamos lá então.
Noite bem dormida no Hotel Presidente de Huancayo, um bom café da manhã e na hora marcada estávamos prontos para os 495 km do dia, o mais puxado em termos de planejamento.  Rodamos fácil os primeiros 67 km até Izcuchaca onde fizemos um rápida parada para o pipi stop selvagem pois instalações de apoio eram inexistentes. Todos prontos partimos para os 120 km até Mayoc. O pessoal estava na expectativa de algo diferente mas com certeza o que enfrentaríamos superaria qualquer previsão. O Claudio Veloz  e Rosane e o  André e Mª Lucia saíram na frente e iam passando as informações. A estrada é fina, tem muito caminhão e carreta, olha o ônibus e por assim em diante vamos nos ajustando já sabendo que iriamos demorar bem mais do que as 3 horas previstas para o trecho. Paisagens belíssimas mas poucos registros pois tínhamos que ter atenção total a estrada que alternava trechos asfaltados com piso de terra. Cruzamos rios, passamos por tuneis e muito aperto. Em Mariscal Caceres cruzamos pela primeira vez no dia o rio Mantaro e na localidade encontramos um trem bem colorido que havia nos ultrapassado no inicio do percurso. Cruzando novamente o rio encontramos os dois carros que haviam saído adiantado e eles se incorporaram no comboio novamente.
Vamos passando por algumas localidades que se dissermos que eram perdidas no mapa não estaria mentindo pois tentei encontra-las no Maps e nada. A estrada continua tensa com um tráfego impressionante de carretas. Pois é carretas e ônibus disputando milímetro a milímetro os espaços na estrada, que ainda por cima nos trechos de terra apresentavam uma poeira finíssima que incomodava um bocado. Muito papo rádio, negociações com o tráfego no sentido oposto e vamos avançando. Em certo momento um ônibus de aproxima do comboio e o Chapéu alerta que se ele nos passar vai ser um inferno. Não deu para impedir pois os caras conhecem a estrada e andam em um ritmo que impressiona. Bem, o elevado nº de cruzes a beira da estrada mostra que é preciso muita atenção. Pois bem o ônibus passou metade do comboio e para a sorte deles resolveu todos os problemas pois ele tinha, ou obtinha, uma preferência e as carretas, caminhões e carros paravam para ele e o nosso comboio na colo ia no mesmo ritmo. O Gilmar que era o primeiro atrás do ônibus não o ultrapassava nem quando ele parava para pegar e deixar passageiros. O comentário era que se o ônibus entrasse na garagem o comboio entraria junto. Demorou mais depos de pouco mais de 4 horas chegamos a Mayoc são e salvos com a certeza que havíamos vivido uma experiência inesquecível que alguns tiveram que superar seus limites para levar a tarefa de manter o comboio integro até o final. Uma salva de palmas a todos os expedicionários e uma menção honrosa ao motorista do ônibus da empresa Molina que tanto nos ajudou. O detalhe é que no ônibus  havia na lateral pintada a bandeira do Brasil.
Em Huanta um breve parada para pipi stop e lanche mas devido ao pouco apoio resolvemos partir logo para tentar evitar chegar já no período noturno a Andahuyalas. Continuamos na PE 3S e subundo francamente para mais de 4.000 mts , andando o mais rápido possível para as condições presentes quando novamente o carro do Demir e Cláudia apaga na pista. Antes disso o André e Mª Lúcia tiveram um pneu furado e Chapéu e Cristina, Luis Cimento e Fatima e Vitor e Paula ficaram no apoio. Carro apagado posicionado fora da pista o jeito é esperar o Chapéu chegar. O restante do comboio, agora com seis carros vai até o top  da estrada e por lá fica esperando a definição do caso do carro do Demir. Comunicação via rádio mais uma vez funcionando a contento e a decisão esta tomada. O comboio principal prossegue para Andahuyalas e Gilmar/Clarissee Luis Cimento/Fatima como batedores, Vitor e Paula no rebocando, Chapeu no carro do Demir rebocado e Cristina e Cláudia na Hilux vão progredindo de acordo com as possibilidades. Vamos avançando com comunicação direta via rádio e sem maiores sobressaltos que não fossem a quantidade enorme de desabamentos sobre a pista deixando passagem para um só veículo, as surpresas de animais na pista e noite escura vamos que vamos.
Em Chincheros aproveitamos um Petro Peru para abastecimento e banos. Lanche nem pensar e com pouco mais de 70 km até o destino só nos restava investir na chegada que aconteceu sem maiores problemas no Hotel La Mansion que tem boas instalações, garagem para os carros mas não tinha restaurante. Devido ao adiantado da hora na cidade não tivemos maiores opções e o jeito foi cada um se virar com o que tinha.
Dia cansativo com cerca de 15 horas de atividades e pouco mais de 500 km rodados mas com a certeza que experiências únicas foram vividas. O carro do Demir reviveu e vamos com ele com algumas restrições e cuidados. Veremos se em Cusco tem jeito.  Faltou falar da passagem pela cidade de Ayacucho com o comboio mas é tanta historia que essa vai ficar para o livro.

Carretera Huancayo - Ayacucho

Estação Ferroviária Huancayo


Peaje














Mariscal Caceres

Mantacra

PE3S
Represa Tablachaca


Comercio sortido


Olha a carreta











Ponte sobre o Rio Mantaro




De novo acima dos 4.000 mts de altitude. Frio 6°C








3 comentários:

  1. Que viagem!

    Pura adrenalina!

    São esses desafios que fazem a expedição ser um sucesso.

    Parabéns a todos por todos os desafios superados!

    Avante expedicionários!

    ResponderExcluir
  2. QUE DIA! Felizmente tudo chega ao fim com sucesso!Esta viagem promete... Nancy

    ResponderExcluir
  3. Um dia com muitas emoções! Boa viagem!!!

    ResponderExcluir