Quando planejei a expedição depositei bastante esperança em
que nesse trecho tivéssemos o nosso maior desafio off road, ao utilizar no
trecho entre Izcuchaca e Mayoc a rodovia PE 3S que acompanha o rio Mantaro.
Pesquisei na internet, olhei mapas e decidi que valia a pena pois é uma
‘carretera’ que liga duas cidades com bastante comércio. Vamos lá então.
Noite bem dormida no Hotel Presidente de Huancayo, um bom
café da manhã e na hora marcada estávamos prontos para os 495 km do dia, o mais
puxado em termos de planejamento.
Rodamos fácil os primeiros 67 km até Izcuchaca onde fizemos um rápida
parada para o pipi stop selvagem pois instalações de apoio eram inexistentes.
Todos prontos partimos para os 120 km até Mayoc. O pessoal estava na
expectativa de algo diferente mas com certeza o que enfrentaríamos superaria
qualquer previsão. O Claudio Veloz e
Rosane e o André e Mª Lucia saíram na
frente e iam passando as informações. A estrada é fina, tem muito caminhão e
carreta, olha o ônibus e por assim em diante vamos nos ajustando já sabendo que
iriamos demorar bem mais do que as 3 horas previstas para o trecho. Paisagens
belíssimas mas poucos registros pois tínhamos que ter atenção total a estrada
que alternava trechos asfaltados com piso de terra. Cruzamos rios, passamos por
tuneis e muito aperto. Em Mariscal Caceres cruzamos pela primeira vez no dia o
rio Mantaro e na localidade encontramos um trem bem colorido que havia nos
ultrapassado no inicio do percurso. Cruzando novamente o rio encontramos os
dois carros que haviam saído adiantado e eles se incorporaram no comboio
novamente.
Vamos passando por algumas localidades que se dissermos que
eram perdidas no mapa não estaria mentindo pois tentei encontra-las no Maps e
nada. A estrada continua tensa com um tráfego impressionante de carretas. Pois
é carretas e ônibus disputando milímetro a milímetro os espaços na estrada, que
ainda por cima nos trechos de terra apresentavam uma poeira finíssima que
incomodava um bocado. Muito papo rádio, negociações com o tráfego no sentido
oposto e vamos avançando. Em certo momento um ônibus de aproxima do comboio e o
Chapéu alerta que se ele nos passar vai ser um inferno. Não deu para impedir
pois os caras conhecem a estrada e andam em um ritmo que impressiona. Bem, o
elevado nº de cruzes a beira da estrada mostra que é preciso muita atenção.
Pois bem o ônibus passou metade do comboio e para a sorte deles resolveu todos
os problemas pois ele tinha, ou obtinha, uma preferência e as carretas,
caminhões e carros paravam para ele e o nosso comboio na colo ia no mesmo
ritmo. O Gilmar que era o primeiro atrás do ônibus não o ultrapassava nem
quando ele parava para pegar e deixar passageiros. O comentário era que se o
ônibus entrasse na garagem o comboio entraria junto. Demorou mais depos de
pouco mais de 4 horas chegamos a Mayoc são e salvos com a certeza que havíamos
vivido uma experiência inesquecível que alguns tiveram que superar seus limites
para levar a tarefa de manter o comboio integro até o final. Uma salva de palmas
a todos os expedicionários e uma menção honrosa ao motorista do ônibus da
empresa Molina que tanto nos ajudou. O detalhe é que no ônibus havia na lateral pintada a bandeira do
Brasil.
Em Huanta um breve parada para
pipi stop e lanche mas devido ao pouco apoio resolvemos partir logo para tentar
evitar chegar já no período noturno a Andahuyalas. Continuamos na PE 3S e
subundo francamente para mais de 4.000 mts , andando o mais rápido possível
para as condições presentes quando novamente o carro do Demir e Cláudia apaga
na pista. Antes disso o André e Mª Lúcia tiveram um pneu furado e Chapéu e
Cristina, Luis Cimento e Fatima e Vitor e Paula ficaram no apoio. Carro apagado
posicionado fora da pista o jeito é esperar o Chapéu chegar. O restante do
comboio, agora com seis carros vai até o top
da estrada e por lá fica esperando a definição do caso do carro do
Demir. Comunicação via rádio mais uma vez funcionando a contento e a decisão
esta tomada. O comboio principal prossegue para Andahuyalas e Gilmar/Clarissee
Luis Cimento/Fatima como batedores, Vitor e Paula no rebocando, Chapeu no carro
do Demir rebocado e Cristina e Cláudia na Hilux vão progredindo de acordo com
as possibilidades. Vamos avançando com comunicação direta via rádio e sem
maiores sobressaltos que não fossem a quantidade enorme de desabamentos sobre a
pista deixando passagem para um só veículo, as surpresas de animais na pista e
noite escura vamos que vamos.
Em Chincheros aproveitamos um
Petro Peru para abastecimento e banos. Lanche nem pensar e com pouco mais de 70
km até o destino só nos restava investir na chegada que aconteceu sem maiores
problemas no Hotel La Mansion que tem boas instalações, garagem para os carros
mas não tinha restaurante. Devido ao adiantado da hora na cidade não tivemos
maiores opções e o jeito foi cada um se virar com o que tinha.
Dia cansativo com cerca de 15
horas de atividades e pouco mais de 500 km rodados mas com a certeza que
experiências únicas foram vividas. O carro do Demir reviveu e vamos com ele com
algumas restrições e cuidados. Veremos se em Cusco tem jeito. Faltou falar da passagem pela cidade de
Ayacucho com o comboio mas é tanta historia que essa vai ficar para o livro.
Carretera Huancayo - Ayacucho
Estação Ferroviária Huancayo
Peaje
Mariscal Caceres
Mantacra
PE3S
Represa Tablachaca
Comercio sortido
Olha a carreta
Ponte sobre o Rio Mantaro
De novo acima dos 4.000 mts de altitude. Frio 6°C
Que viagem!
ResponderExcluirPura adrenalina!
São esses desafios que fazem a expedição ser um sucesso.
Parabéns a todos por todos os desafios superados!
Avante expedicionários!
QUE DIA! Felizmente tudo chega ao fim com sucesso!Esta viagem promete... Nancy
ResponderExcluirUm dia com muitas emoções! Boa viagem!!!
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