domingo, 15 de abril de 2018

Desafio Andino - 13 de abril de 2018 - Arica - Mollendo



Noite bem dormida no Hotel Apacheta de Arica, ao som do mar e pássaros. Hotel de características bem particulares, é todo de madeira e localizado literalmente na “areia” da praia. O Chapéu disse que nunca tinha dormido dentro de uma caixa de tomate e aí o apelido já pegou. Café da manhã sofisticado, dentro do estilo do hotel, atendeu razoavelmente as nossas necessidades.
Na hora o comboio já estava formado e saímos para o abastecimento na saída da cidade. Aproveitamos a oportunidade para acabar com os pesos chilenos comprando agua e outras “cositas mas”. Vamos então pata cerca de 20 km até o complexo aduaneiro. Com o acordo entre os dois países o controle mais rigoroso é sempre o de entrada, sendo realizado na mesma estrutura física.
Nos apresentamos para o tramites e o primeiro problema apareceu, pois para entrar no Peru é necessário um documento chamado relação de passageiros. Este documento não esta em nenhum site e nunca ouvi comentário sobre ele. Nos pareceu tanta picaretagem que o responsável pelo setor na aduana nos reuniu a todos e explicou que precisava do documento e que poderia nos ajudar era o vigilante de plantão. Este vigilante falou radio com alguém e começou a aparecer o formulário. Inicialmente nove, depois mais quatro e finalmente os dois últimos para completar os quinze necessários. Para fazer o pagamento do formulário tive que entrar no banheiro pois não poderia ser visto por outras pessoas. Vamos lá então e o primeiro e segundo  passos são superados. O terceiro é simples bastando a apresentação do documento de entrada do veículo no Chile para obter a liberação. Vamos ao quarto passo. Ah quarto passo........ Uma pessoa para atender demorando cerca de 10 minutos por atendimento. Faz a conta para quinze carros. Uma peruana pirou e disse que tinha médico, pediu ajuda a sei lá quem que veio ao grupo perguntar se poderíamos deixa-la passar. Deixamos. As pessoas ao entrar no setor se assuntavam com a fila e o tumulto aumentando. O caso do Ricardo, Sonia e Ilhan com o condutor também fora do carro também tomou tempo para ser ajustado. Um argentino de moto queria prioridade não sei porque e tanto fez que conseguiu um pessoa para atende-lo. Para o seu azar o problema dele era complicado e a fiscal da aduana falou que ele teria que esperar a vez dele. Depois de muita espera chegou a minha vez e o o sistema........... caiu por cerca de 20 minutos. Liga para o suporte, fala com Lima e depois de passar o tempo consegui a a entrada do veículo no Peru. Faltavam então os dois últimos passos que era passar a bagagem no raio X e o carro na vistoria. O detalhe é que são feitos simultaneamente e para que está só no carro se torna um problema. O Guilherme me ajudou na passagem das bagagens e no final de três horas tudo certo.
O pessoal adiantou a contra do SOAT (DPVAT do Peru), fez o cambio para as despesas iniciais (loja na própria Aduana) e aproveito para lanchar um apetitos sanduiche de carne assada ou frango.
Vamos rodar então e grupo argumentou que gostaria de ir a Tacna para comprar na Zona Franca de lá e também fazer o cambio com uma melhor cotação.  Pensei um pouco e a decisão foi de que para mim não valeria a pena entrar em uma cidade com transito tumultuado para fazer compras. Paula e Vitor puxaram o comboio com 13 carros para as compras e eu, Claudio Mag e Angela seguimos o planejamento para Mollendo via litoral.
Deslocamento tranquilo, pistas livres em bom estado e depois de Boca del Rio paramos em um controle da Aduana que conferiu apenas a documentação de ingresso dos veículos. Prosseguimos aproveitando do belo visual do Oceano Pacífico e seus ventos frios. Estamos na PE 1 sd que é a litorânea e até Ilo o transito é bem tranquilo. Passamos por Ilo e seu transito já nos causou alguma apreensão.  Um pouco antes de entrar na cidade escutei comunicações via rádio mas não consegui entender o que estava acontecendo pois estaria muito cedo para escutar o pessoal das compras.
De Ilo a Mollendo a estrada pega trechos com muitas curvas que se proporcional belas imagens a tornam um pouco mais perigosa e bem lenta no deslocamento. Por sorte o transito era pequeno e não nos atrapalhou. Passamos por algumas comunidades pesqueiras, poucas industrias e mais uma vez pudemos comprovar que nas poucas áreas planas próximo ao litoral foi desenvolvido um sistema de irrigação que permite um adequado uso do solo na agricultura e pecuária. Os vales que acompanham os rios que desembocam no mar também são bem utilizados, quebrando a monotonia da paisagem de deserto tão evidente na região.
Já próximos a Mollendo a estrada esta sendo reconstruída e alguns condomínios de casas de muito estilo estão sendo construídas. Só para posicionar o pessoal Mollendo é um balneáro da cidade de Arequipa. Mal comparando é como se fosse a Cabo Frio do Rio de Janeiro, melhor a Cabo Frio dos Mineiros (MG).
Chegando a Mollendo novamente escutamos papo via rádio e a comprovação que o pessoal estava voltando mais cedo do que o previsto.  Tentei passar algumas informações a respeito de um desvio no cruzamento do rio Tambo mais não consegui. Soube que o comboio se complicou um pouca na passagem.
Em Mollendo achamos rapidamente o Hotel Bahia del Sol, estacionamos os carros na garagem em que cabem 9 carros pequenos ou 8 considerando pick up. Instalados por volta das 16:00 saimos para conhecer a cidade. Muita oferta de restaurantes, um mercado municipal bem aconchegante e um comércio bem sortido. Fiz o cambio no MIBANCO na cotação de 3.15 soles por dólar. O custo de vida é bem menor do que no Chile onde a comida e bebida é cara e da Argentina onde os combustíveis estão com preços exorbitantes.  O diesel está a mais de R$ 4,50. Um detalhe quanto ao abastecimento no Peru é que inicialmente o preço nas bombas assusta – 12 soles – mas a unidade de medida é galão, saindo o combustível a cerca de R$ 3,29. Preço de Brasil.
Andando pela cidade escuto o outro comboio chegando e vou recebe-los no hotel. Lá a explicação de que a Zona Franca de Tacna era um grande feirão, sem nenhuma estrutura e que eles nem pararam na cidade, prosseguindo para Mollendo apenas com uma diferença de tempo. Optaram também em ir pelo interior, só chegando ao litoral em Ilo para o trecho final.
Resumo do dia. O trecho era curto com menos de 400 km que compensou a demora na aduana, outro fato é que corrigimos o fuso horário atrasando o relógio em duas horas. Foi bom para o dia mais pode impactar outros,  pois os hotéis não estão servindo o “desayuno” cedo e escurecer tarde nos ajudava.

Hotel Apacheta - Arica - Chile

Oliveiras próximo a Tacna








Pecuária em área irrigada

Próximo a Ité

Pimenta a secar


Chegando a Ilo


PE1SD - Litorânea Peru




Carga peligrosa

Cactus a beira mar





Bombeiros Voluntários

Estação Ferroviária de Mollendo

Frutas apetitosas

Mollendo










2 comentários:

  1. Tenho vontade de conhecer o Peru mas quando vejo estes relatos de aborrecimentos na fronteira chego a desistir. Nao sei como é a passagem por Assis Brasil .Parece que deve ser mais tranquila.
    O mesmo acontece com a Bolivia. Um país com paisagens incriveis mas com uma burocracia pre historica que assusta e afasta a grande maioria dos turistas.

    ResponderExcluir
  2. Dia bem agitado!
    Belas fotos!
    Avante

    ResponderExcluir