Noite bem dormida no Hotel Apacheta de Arica, ao som do mar
e pássaros. Hotel de características bem particulares, é todo de madeira e
localizado literalmente na “areia” da praia. O Chapéu disse que nunca tinha
dormido dentro de uma caixa de tomate e aí o apelido já pegou. Café da manhã
sofisticado, dentro do estilo do hotel, atendeu razoavelmente as nossas
necessidades.
Na hora o comboio já estava formado e saímos para o
abastecimento na saída da cidade. Aproveitamos a oportunidade para acabar com os
pesos chilenos comprando agua e outras “cositas mas”. Vamos então pata cerca de
20 km até o complexo aduaneiro. Com o acordo entre os dois países o controle
mais rigoroso é sempre o de entrada, sendo realizado na mesma estrutura física.
Nos apresentamos para o tramites e o primeiro problema
apareceu, pois para entrar no Peru é necessário um documento chamado relação de
passageiros. Este documento não esta em nenhum site e nunca ouvi comentário
sobre ele. Nos pareceu tanta picaretagem que o responsável pelo setor na aduana
nos reuniu a todos e explicou que precisava do documento e que poderia nos
ajudar era o vigilante de plantão. Este vigilante falou radio com alguém e
começou a aparecer o formulário. Inicialmente nove, depois mais quatro e
finalmente os dois últimos para completar os quinze necessários. Para fazer o
pagamento do formulário tive que entrar no banheiro pois não poderia ser visto
por outras pessoas. Vamos lá então e o primeiro e segundo passos são superados. O terceiro é simples
bastando a apresentação do documento de entrada do veículo no Chile para obter
a liberação. Vamos ao quarto passo. Ah quarto passo........ Uma pessoa para
atender demorando cerca de 10 minutos por atendimento. Faz a conta para quinze
carros. Uma peruana pirou e disse que tinha médico, pediu ajuda a sei lá quem
que veio ao grupo perguntar se poderíamos deixa-la passar. Deixamos. As pessoas
ao entrar no setor se assuntavam com a fila e o tumulto aumentando. O caso do
Ricardo, Sonia e Ilhan com o condutor também fora do carro também tomou tempo
para ser ajustado. Um argentino de moto queria prioridade não sei porque e
tanto fez que conseguiu um pessoa para atende-lo. Para o seu azar o problema
dele era complicado e a fiscal da aduana falou que ele teria que esperar a vez
dele. Depois de muita espera chegou a minha vez e o o sistema........... caiu
por cerca de 20 minutos. Liga para o suporte, fala com Lima e depois de passar
o tempo consegui a a entrada do veículo no Peru. Faltavam então os dois últimos
passos que era passar a bagagem no raio X e o carro na vistoria. O detalhe é
que são feitos simultaneamente e para que está só no carro se torna um
problema. O Guilherme me ajudou na passagem das bagagens e no final de três
horas tudo certo.
O pessoal adiantou a contra do SOAT (DPVAT do Peru), fez o
cambio para as despesas iniciais (loja na própria Aduana) e aproveito para
lanchar um apetitos sanduiche de carne assada ou frango.
Vamos rodar então e grupo argumentou que gostaria de ir a
Tacna para comprar na Zona Franca de lá e também fazer o cambio com uma melhor
cotação. Pensei um pouco e a decisão foi
de que para mim não valeria a pena entrar em uma cidade com transito tumultuado
para fazer compras. Paula e Vitor puxaram o comboio com 13 carros para as
compras e eu, Claudio Mag e Angela seguimos o planejamento para Mollendo via
litoral.
Deslocamento tranquilo, pistas livres em bom estado e depois
de Boca del Rio paramos em um controle da Aduana que conferiu apenas a
documentação de ingresso dos veículos. Prosseguimos aproveitando do belo visual
do Oceano Pacífico e seus ventos frios. Estamos na PE 1 sd que é a litorânea e
até Ilo o transito é bem tranquilo. Passamos por Ilo e seu transito já nos
causou alguma apreensão. Um pouco antes
de entrar na cidade escutei comunicações via rádio mas não consegui entender o
que estava acontecendo pois estaria muito cedo para escutar o pessoal das
compras.
De Ilo a Mollendo a estrada pega trechos com muitas curvas
que se proporcional belas imagens a tornam um pouco mais perigosa e bem lenta
no deslocamento. Por sorte o transito era pequeno e não nos atrapalhou.
Passamos por algumas comunidades pesqueiras, poucas industrias e mais uma vez
pudemos comprovar que nas poucas áreas planas próximo ao litoral foi
desenvolvido um sistema de irrigação que permite um adequado uso do solo na
agricultura e pecuária. Os vales que acompanham os rios que desembocam no mar
também são bem utilizados, quebrando a monotonia da paisagem de deserto tão
evidente na região.
Já próximos a Mollendo a estrada esta sendo reconstruída e
alguns condomínios de casas de muito estilo estão sendo construídas. Só para
posicionar o pessoal Mollendo é um balneáro da cidade de Arequipa. Mal
comparando é como se fosse a Cabo Frio do Rio de Janeiro, melhor a Cabo Frio
dos Mineiros (MG).
Chegando a Mollendo novamente escutamos papo via rádio e a
comprovação que o pessoal estava voltando mais cedo do que o previsto. Tentei passar algumas informações a respeito
de um desvio no cruzamento do rio Tambo mais não consegui. Soube que o comboio
se complicou um pouca na passagem.
Em Mollendo achamos rapidamente o Hotel Bahia del Sol,
estacionamos os carros na garagem em que cabem 9 carros pequenos ou 8
considerando pick up. Instalados por volta das 16:00 saimos para conhecer a
cidade. Muita oferta de restaurantes, um mercado municipal bem aconchegante e
um comércio bem sortido. Fiz o cambio no MIBANCO na cotação de 3.15 soles por dólar.
O custo de vida é bem menor do que no Chile onde a comida e bebida é cara e da
Argentina onde os combustíveis estão com preços exorbitantes. O diesel está a mais de R$ 4,50. Um detalhe
quanto ao abastecimento no Peru é que inicialmente o preço nas bombas assusta –
12 soles – mas a unidade de medida é galão, saindo o combustível a cerca de R$
3,29. Preço de Brasil.
Andando pela cidade escuto o outro comboio chegando e vou
recebe-los no hotel. Lá a explicação de que a Zona Franca de Tacna era um
grande feirão, sem nenhuma estrutura e que eles nem pararam na cidade,
prosseguindo para Mollendo apenas com uma diferença de tempo. Optaram também em
ir pelo interior, só chegando ao litoral em Ilo para o trecho final.
Resumo do dia. O trecho era curto com menos de 400 km que
compensou a demora na aduana, outro fato é que corrigimos o fuso horário
atrasando o relógio em duas horas. Foi bom para o dia mais pode impactar outros,
pois os hotéis não estão servindo o “desayuno”
cedo e escurecer tarde nos ajudava.
Hotel Apacheta - Arica - Chile
Oliveiras próximo a Tacna
Pecuária em área irrigada
Próximo a Ité
Pimenta a secar
Chegando a Ilo
PE1SD - Litorânea Peru
Carga peligrosa
Cactus a beira mar
Bombeiros Voluntários
Estação Ferroviária de Mollendo
Frutas apetitosas
Mollendo
Tenho vontade de conhecer o Peru mas quando vejo estes relatos de aborrecimentos na fronteira chego a desistir. Nao sei como é a passagem por Assis Brasil .Parece que deve ser mais tranquila.
ResponderExcluirO mesmo acontece com a Bolivia. Um país com paisagens incriveis mas com uma burocracia pre historica que assusta e afasta a grande maioria dos turistas.
Dia bem agitado!
ResponderExcluirBelas fotos!
Avante