Nos despedimos de Cusco logo cedo pois teríamos cerca de 500
km de estrada até Puerto Maldonado, com uma subida até a faixa dos 4800 mts.
Marcamos a formação do comboio em um posto Repsol próximo ao hotel José Antônio
mas o intenso tráfego e a pequena dimensão do posto nos obrigaram a ficar
espalhados nas proximidades e utilizando do rádio fomos nos ajustando até
colocar o comboio para andar.
Estamos nos especializando a andar no trânsito pesado das
cidades peruanas e com uma fechada ali e uma buzinada acolá vamos progredindo
até as proximidades do aeroporto onde teríamos que dobrar a direita mas fomos
impedido por um policial. Sem problemas pois fizemos um retorno e ajustamos o
percurso. Já na estrada aceleramos e vamos desfrutando da bela paisagem com algumas lagunas e passando
por pequenas cidades que poderão ser atrações em próximos passeios.
Pouco depois de Urcos ingressamos na PE30C, um dos ‘tramos’
da Carretera Interoceância e o Luis vê uma placa que chama a atenção de que
pode existir interrupções no tráfego devido a obras. Não temos outra
alternativa que não seja seguir em frente e ver no que vai dar. A estrada bem
sinuosa e em subida forte vai cobrando seu preço e as ultrapassagens devem ser
feitas com cuidado, mesmo utilizando o rádio para informar do trafego no
sentido contrário. Passamos no Mirador do Asangate mas estava fechado e também devido
as nuvens que dificultavam a visibilidade seguimos em frente. A estrada pega um
vale bem bonito e pequenas localidades vão se sucedendo, descemos um pouco da
altitude que já havia chegado a 4.000 mts e aproveitamos a oportunidade para um
pipi stop em uma estação de serviços. Na sua grande maioria as instalações são
bem precárias mas tem sido a solução. No trecho passamos por um pedágio onde
não houve cobrança. Interessante é que nas proximidades dos pedágios neste
trecho existem amplas instalações de apoio aos usuários mas que estão
atualmente fechadas.
Vamos em frente e começamos a subir novamente para os 4.800
mts, agora com o tempo fechando e a temperatura caindo vigorosamente na casa do
3°C. A chuva aperta e pequenos blocos de neve caem sobre o comboio. Era o que
faltava para o fecho de ouro da expedição. Fotos e imagens em movimento pois o
frio era muito intenso e ninguém se animou em parar. Do top de 4.850 começamos
a descer em direção de Marcapata onde pouca antes da cidade divemos que
utilizar um desvio para veículos ‘llivianos’ devido a obras na estrada. No
momento pensei com meus botões – Mais estrada de terra, na chuva e ainda por
cima lá nas alturas. A realidade porem foi mais tranquila pois apesar do desvio
ser para veiculos leves e termos cruzado com alguns caminhões, obrigando o
pessoal a dar algumas marcha a ré, de maneira geral os cerca de 8 km do desvio
foram superados sem deixar traumas.
Novamente no asfalto agora a descida é franca, com a chuva
ficando para trás e a temperatura em elevação. Passamos por Quincemil e a
paisagem começa a se alterar com a presença maciça de vegetação de transição
pois estamos ingressando na região amazônica peruana. Pouco antes da Mazuco
outro pipi stop e comemoração geral de que as grandes altitudes ficaram para
trás.
Faltam cerca de 150 km para Puerto Maldonado e andamos
rápido para chegar antes do por do sol. No trecho existem dois pedágios de 6,30
soles e vamos acabando com nossos soles. Fomos parados em uma operação policial
mas quando o comboio todo parou os policiais mandaram seguir não sem deixar de
tirar algumas fotos do carros. Já na região de Madre de Dios uma devastação
total devido a ação de garimpeiros, uma “cidade” de apoio degrada mais ainda a
região. Me lembro que quando passei a seis anos atrás haviauma ação do governo
para tentar controlar a região. Hoje não vi nenhuma ação aparente e parece ser
um lugar largado a própria sorte, com lixo espalhado por todo canto,
contribuindo sobremaneira para a degradação de todos, meio ambiente e pessoas. Informações na internet dão conta que a extração ilegal já atinge reservas e parques nacionais como o de Tambopata.
Passando um pouco das 17:30 chegamos ainda com luz do sol a
Puerto Maldonado e ao hotel Cabanã Quinta onde estacionamos sem problemas todos
os carros da expedição. Na cidade o pessoal aproveitou para gastar os soles
remanescentes e um problema começou a aparecer para os veículos a gasolina pois
a oferta maior é de 84 octanas sendo que para os carros a mais indicadas são as
de 90 ou 95. Depois de procurarem acharam em um posto a de 90.
Jantar no próprio hotel e amanhã é sair cedo para os 250 km
até Inapãri onde faremos os tramites aduaneiros e sairemos do Peru,
ingressando no Brasil por Assis Brasil.
Na PE30C
Urcos
Ingressando na PE30C
PE30C - 4.800 mts - Nevou leve
Desvio PE30C próximo a Marcapata
Descendo para a Amazônia Peruana
Proximidades de Mazuco
Imagem da internet - Vista érea da devastação
Que fique o registro, Só vimos lixo nesta área do Peru
Puerto Maldonado
Realmente a neve era o que faltava nesta narrativa de despedida do Peru.
ResponderExcluirRetornando ao Brasil!
Bom retorno a todos!!
Neve!!!!!
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