Acordamos cedo no Fenix Hotel, com ótimas instalações e um
bom café da manhã. Compra indispensável de gelo para as bebidas, achamos em
barra em uma casa de iscas para pescadores, nos deslocando em seguida para a
Estação Ferroviária, onde fica a agência que esta nos apoiando e onde
embarcaríamos o guia. A matula estava pronta e as 08:00 horas estamos entrando
na BR 419 para os primeiros 58 km do dia. Estrada boa, com muitas pontes de
madeira, algumas em bom estado e outras nem tenta assim. Conversa vai conversa
vem, e o nosso guia também piloto aqui no pantanal vai
contando historia e passamos de entrada cerca de 15 km. Manobramos e
voltamos até a fazenda onde entraríamos para a Fazenda Baia Negra, onde existe
um a ponte para cruzar o Rio Negro. Apoio por estas paragens é nenhum e para o
tradicional pipi-stop paramos em um
capão, protegido do pasto aberto, e .... problema resolvido.
Seguimos cruzando varias fazendas e por conseqüência
inúmeras porteiras, mata burro por aqui é raridade, então o trabalho de abrir e
fechar as porteiras é intenso e o Luiz que vinha fechando o comboio passou a
tarefa para o Felipe e Patrícia. Piso de areia sem maiores dificuldades e
estamos cruzando o pantanal do Rio Negro, ainda sem grandes áreas abertas e por
conseqüência sem grandes visuais. Avistamos algumas capivaras, antas e pássaros
diversos, inclusive araras azuis. Pouco antes de chegar ao Rio Negro, ao
cruzarmos uma porteira o guia observa um
bezerro preso a cerca, caído no chão. Ele foi lá e com algum jeito conseguiu
soltar o bezerro que saiu em desabalada carreira, andando de lado e caindo toda
hora até chegar a sua mãe e começar a mamar. Boa ação feita e lá fomos nós com
muito calor até a ponte. Chegamos lá e a ponte a principio parece insegura pois
perto de uma das cabeceiras um sapata afundou, criando um desnível na ponte.
Vistoriamos a ponte e com tudo tranqüilo armamos o esquema para as fotos e filmagens e
passamos rápido pois ainda faltavam 125 km de caminhos entre as fazendas. Só
para ter uma idéia das voltas que iríamos dar, a distancia em linha reta para a
Pousada Caburé era de 72 km. Seguimos em frente já esperando a hora do rancho e
saímos da área do Rio Negro para o pantanal da Nhecolandia e visual começa a
mudar o visual com muitas pastagens e baixadas. Os animais vão marcando presença
e as oportunidades de fotos vão se
multiplicando. Passando de um aterro, local onde a estrada passa um pouco mais
alto para ser transitável na maior parte do tempo, paramos embaixo de umas
arvores para o esperado almoço. Caçamba aberta, matula servida e todos se
deliciam com um excelente arroz de carreteiro com farofa de lingüiça e
sobremesa doce de leite ou geléia de mocotó. Poderíamos ter ficado mais tempo
por ali porem a nossa velocidade de deslocamento era muito baixa, cerca de 19
km por hora, não só pela condição da estrada como pela paradas nas porteiras e
fotos. Seguimos em frente agora com o Jorge e Thiago fechando as porteiras e a
estrada alternava campo aberto e capões fechados. O tempo foi fechando e quando
chegamos na Vazante do Castelo, lugar belíssimo, com muitos animais e algumas
lagoas com jacarés o tempo fechou de vez e a chuva caiu forte. Fomos seguindo
devagar com o piso bem escorregadio pois estávamos em cima de um pasto natural
bem baixo e liso, fazendo o deleite dos mais afoitos com o carro deslizando de
um lado para outro. Muitas fotos e filmagens depois, cruzamos um pequeno curso
d’agua e a chuva foi passando e deixamos a vazante para trás. A estrada continuava e nossa progressão
continuava lenta e começamos a ficar preocupados com a nossa hora limite de
chegada que era 19:00 horas, estipulada pela administração da pousada. A minha
preocupação porem era outra. O meu limite era o por do sol pois se havia uma
certa dificuldade em identificar o caminho com a luz do dia com a noite as
dificuldades seriam muito maiores. Chamada geral no comboio para apertar o
passo e o deslocamento ficou mais emocionante até chegarmos a uma fazenda onde
depois de cruzar pela enésima porteira erramos a entrada, pegando o caminho
para um cocho. O nosso guia, Sr. José dá uma olhada para o lado e dá uma
direção. È por aqui mesmo. Pura emoção, nove carros cruzando um pasto com algum gado sem nenhuma
referencia visual. O GPS só dava a referencia de distancia em linha reta, cerca
de 10 km, e mantendo um certo rumo fomos seguindo com o pasto por vezes
chegando a altura do capo do carro, tento que ter o cuidado de desviar dos
cupinzeiros. Nesta hora me senti, e acredito que todos, realmente desbravando
um caminho off Road, não pela dificuldade de piso, e sim pela total falta de
referência. Fomos avançando até que chegamos a uma cerca onde porem faltava a
porteira para passarmos. Comboio parado para economizar combustível pois a
Pajero de Claudio Rui já se aproximava da reserva, sai seguindo a cerca em uma
direção e o Luiz seguindo em outra até que ele achou a porteira. Chamada no
rádio e todos seguem rápidos até a porteira onde seguimos a trilha marcada.
Pouco depois porem nova duvida sobre se estávamos no caminho correto e a tática
é repetida. Comboio parado saio novamente para um reconhecimento e não achamos
outro caminho se não o que estamos. Vamos andando e o guia reconhece o caminho
e avisa que depois da curva tem que ter uma porteira. Já estávamos cansados de
tanta porteira para abrir e fechar porem esta foi especialmente esperada.
Fazemos a curva e lá esta a porteira para alívio geral. Já eram quase 18:00
horas, faltando pouco mais 8 km e chegamos a Fazenda e Pousada Mangabal, bem
próxima da Vazante do Mangabal, acelerando partimos quase em linha reta para a muito
esperada Pousada Caburé onde chegamos as 18:00 horas.
Resumo do dia: Andamos 302 km em 10 horas de jornada com
muito calor, chuva intensa e belíssimas paisagens. Tudo nos extremos. Bem
pantaneiro mesmo.
Na pousada fizemos o sorteio dos quartos pois não havia
acomodações para todos com ar condicionado e Seu Carlos, Renato, Gaguinho,
Felipe e Patrícia são felizardos.
O sino toca e o rancho é servido e todos vão
fundo no delicioso jantar cujo o prato principal e um porco montero. Não deve
ter sido um dos inúmeros que vimos durante o dia.
Almirante, no meu dicionário não existe a palavra inveja, mas que adoraria estar com vcs adoraria. Psulo Rogerio.
ResponderExcluir